quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Deus Salve o Rei: o que achamos da estreia da novela medieval da Globo

Salve, medievalistas!

Se tem um assunto sobre o qual eu não havia imaginado que falaria aqui no site, é uma novela global, mas aqui estou eu pra tecer alguns comentários sobre a estréia de Deus Salve o Rei, a novela medieval da Globo.


O primeiro capítulo, que estreou ontem às 19h30, apresentou personagens e o cenário fictício onde se passa a história, além de esbanjar uma bela produção de arte.

Quase desnecessário dizer que Deus Salve o Rei pega carona na "moda medieval" protagonizada por grandes séries gringas como Game of Thrones e Vikings, e o que podemos dizer disso é que ficamos felizes de ver uma produção brasileira levada a sério dentro dessa temática.


E digo levada a sério porque a novela da globo não é a primeira novela medieval no Brasil. A primeira a pegar essa carona na moda é, na verdade, uma outra novela chamada Belaventura, da Record, que estreou em julho de 2017. Se você, como eu, parou há muito tempo de acompanhar TV aberta, provavelmente nem sabia da existência dessa novela da Record. Eu mesmo só fiquei sabendo por acaso e tive oportunidade de assistir alguns trechos, apenas pra confirmar os motivos pelos quais não vejo TV.


Mas Deus Salve o Rei chamou atenção desde a sua divulgação nas redes sociais: parecia que a Globo estava disposta a entrar com força nesse novo nicho, com uma direção de arte impressionante e, como tema musical, uma releitura de Scarborough Fair, uma canção tradicional que tem tudo a ver com a temática.


E nesse primeiro capítulo da novela, o que merece ser comentado é justamente isso: um grande esforço para encher os olhos do expectador com os detalhes dos cenários e dos figurinos. O visual proposto abusa de todos os clichês de uma boa fantasia medieval: nobres em seus castelos, plebeus nas ruas, e até uma cena de batalha no final do capítulo. Por sinal, um visual que, se estivesse num filme dos anos 90, geraria um blockbuster. Hoje, em contrapartida, temos várias outras produções de alto nível nessa temática para comparar, o que pode nos deixar mais críticos e seletivos, mas ainda assim a direção de arte da novela conseguiu nesse primeiro capítulo chamar atenção.


As inspirações são bem evidentes, e a principal delas com certeza é Game of Thrones, já que estavamos falando de um cenário medieval fantástico com algumas concessões modernas. Mas também notei algumas outras referências – aquelas tomadas em plano aberto da viagem do príncipe de Montemor em busca de água me lembraram bastante as icônicas tomadas de viagem da Comitiva em O Senhor dos Anéis.


Não dá pra comentar a história ainda, pois foi apenas um episódio para apresentação de personagens. Nesse sentido, achei que o roteirista fez uma escolha corajosa ao apresentar de cara, em Montemor, uma rainha senil com sintomas de esclerose (ou outra doença degenerativa do gênero), algo que poderá dar profundidade e complexidade a esse núcleo de personagens, se bem trabalhado.


Já o rei de Artena se apresentou como um personagem extremamente honrado. Isso é outra construção de personagem ousada, pois uma vez que contraria tudo que se poderia esperar de um monarca na posição dele, precisará ser muito bem fundamentado com o desenvolvimento da história para fazer sentido.


Por enquanto, me recuso a criar expectativas. Ainda lembro de O Beijo do Vampiro, lá em 2002, que teve um primeiro capítulo ótimo (para a época), super épico, com direito a música do Shaaman, mas depois desandou completamente, desenvolvendo uma história boba e com final decepcionante.


Esse primeiro episódio de Deus Salve o Rei conseguiu me deixar curioso, no mínimo, para ver o segundo. Quem sabe a gente não se surpreende?


Se você também acompanhou a estreia de Deus Salve o Rei, deixe aqui sua opinião!

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