quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Resenha do II Banquete Medieval da Ordem dos Leões


No dia 17/12 ocorreu em Curitiba o II Banquete da Ordem dos Leões, trazendo atrações como tiro com arco e flecha e combate viking, música folk e um farto banquete, servindo diversas opções de carnes e bons acompanhamentos. O ingresso foi vendido pelo valor de R$60, dando direito ao banquete e às atrações, além de uma caneca para as bebidas. Quem trouxesse seu drinking horn ou adquirisse um no evento, ganhava uma dose de hidromel.



Próximo às 19h, já havia um bom público presente no local onde foi realizado o evento; um restaurante no bairro Rebouças em Curitiba. A decoração foi bastante típica de eventos que remontam a época do medievo, trazendo bandeiras e flâmulas, mesas compridas, velas e toras de madeira como suportes para as entradas, posicionadas em cada mesa, contendo queijo, uvas, pão e um antepasto de berinjela e condimentos. Os pratos que posteriormente seriam servidos na mesa principal do banquete também utilizaram toras de madeira como suporte, algo que adicionou rusticidade visual.


A atividade inicial foi uma sessão de arco e flecha "indoor", ministrada pelo anfitrião Luiz Felipe, da Ordem dos Leões de Prata. Muitos dos presentes fizeram fila para testar sua técnica em um alvo, sempre seguido por alguma exaltação quando havia bom êxito na pontaria. 


Ocorreu um pequeno torneio entre os presentes, sendo a premiação feita com hidromel aos vencedores. Uma boa parte dos presentes participou na atividade e notava-se um bom entrosamento ali. O espaço também serviu como um "hub social" onde o público interagia.


Após um breve intervalo, o calor que fazia neste dia convidava aos presentes a tomarem alguma bebida gelada. Havia três tipos de hidromel fabricados pela marca The Lions, sendo eles o Maracujá com Canela, Hibisco com Canela e o Solstício de Verão, um hidromel frutado com laranja, canela e especiarias. As garrafas custavam em média R$30 e as doses R$15
A Castro Cutelaria expôs seus produtos em um pequeno stand em frente ao bar onde era vendido o Hidromel.


Logo em seguida, a dupla viking do clã Skjaldborg, composta por Rafael Vilha Brazoloto e Lucas Cardoso, tomou seu lugar onde a atividade com arco e flecha os precedera. A multidão se aglomerou para assistir uma breve demonstração de combate viking, técnicas de defesa e ataque com espadas vikings, machados dinamarqueses e escudos.


Uma introdução a este ato performático foi feita por Lucas Cardoso, que também tirou dúvidas e respondeu perguntas sobre interessados na arte do combate viking após seu término. A demonstração de combate cativou os presentes e foi empolgante apesar de breve. Sua importância no evento, para além do já esperado entretenimento foi justamente aguçar os ânimos  enquanto o magno banquete estava a ser servido e a dupla de músicos preparava seus equipamentos.


A dupla Keltoi Duo, composta por Rodrigo Melo e Carla Zago tocou diversos temas do universo celta e do medievo, trazendo sons agradáveis aos que se organizavam em uma fila para servirem-se no banquete. Sendo uma música suave e harmoniosa, esta caiu como uma luva para um banquete, onde todos confraternizavam, comiam e bebiam. O som do Violino de Carla e as cordas de Rodrigo, aliado à decoração, as velas e etc, porporcionavam uma ambientação ainda mais imersiva no banquete.


A caracterização por parte de diversas pessoas no evento estava ao par do que se pode esperar em um evento de época, adicionando um elemento estético importante, que marca aos que observam a ambientação.



O banquete foi uma agradável surpresa para os que estavam esperando algo apenas mediano para um evento de pequenas proporções. Havia notávelmente uma preocupação por parte dos organizadores em relação a fartura e a variedade de itens disponíveis, além de uma ótima apresentação e boa execução dos pratos. 


Estamos falando de cinco opções de carnes, uvas e maçãs, ovos, legumes, queijo, uma espécie de fritatta, hortaliças, uma farofa temperada, pães, antepasto, e ainda uma suculenta torta de maçã e canela. 



Não havia pratos "medievais-gourmet" e esta não era a intenção do evento, por isso de fato não fizeram falta perante a qualidade e variedade do banquete. Em relação à culinária, dentro da proposta elaborada pela Ordem dos Leões de Prata na divulgação, o banquete foi realmente excelente e superou expectativas.


O icônico leitão assado com a maçã na boca foi colocado no centro da mesa onde eram servidas as carnes e teve um papel muito importante em relação a idéia que todos temos de o que seria um banquete medieval. Este é um símbolo de fartura que atravessou séculos e até hoje ocupa nossa mente, ao lado de uma farta costela assada, peixes e cortes de frango. Visualmente o impacto do banquete foi deveras saciante, além todas as carnes estarem realmente saborosas.


A fartura foi tanta, que ao final, ainda havia uma quantidade considerável de comida sobre as bandejas e isto é um dos sinais que apontam para o fato de que o público fartou-se de comer. Em uma breve pesquisa de opinião realizada entre as mesas, simplesmente todos os inquiridos relataram satisfação plena relação às comidas.



Se alguma ressalva pode ser feita sobre o banquete em si, seria sobre a historicidade em relação às batatas e à farofa feita com farinha de milho, servidas no banquete, sendo que este tubérculo e este cereal adentraram a Europa durante o renascimento. Porém, dentro de nosso contexto alimentício e em relação a forma que foram preparados, se encaixaram no banquete como elementos presentes em todo o ocidente por mais de quatro séculos e só incomodariam de fato os medievalistas mais puristas.


Durante o banquete ainda foi feito um sorteio de brindes para os presentes e a distribuição gratuita de frascos de amostra contendo xampús e óleos para a barba, pela marca Timberman, que soube aproveitar o público masculino constituído majoritáriamente por barbudos.



Se é possível tecer uma crítica ao evento, esta seria seria em verdade um adendo. É sobre o lugar onde o evento foi realizado, que poderia contar com um espaço mais amplo e uma iluminação mais branda para que a ambientação fosse melhor instaurada. No entanto, esta crítica só poderia ser realmente um adendo, pois pelo que foi observado, isto pouco influenciou no desfecho extremamente positivo que teve o banquete.

Ao final, pode-se concluir que este evento entregou exatamente o que propunha e inclusive superou expectativas. Justamente este fato foi algo que chamou a atenção no evento; sua simplicidade e qualidade envolvidas em sua realização. Neste tipo de evento, é nitidamente mais importante entregar qualidade e solidez em relação ao que é proposto do que pretender ser algo maior do que se pode oferecer, muitas vezes gerando expectativas que não se cumprem. Os realizadores do evento souberam entregar o prometido e ainda mais, fizeram questão de que nada faltasse ao público. Algo digno de honra.

Nisto, deixo minha impressão bastante positiva sobre o evento e o considero importante na cidade de Curitiba, onde novos eventos surgem a cada ano. O II Banquete da Ordem dos Leões foi um grande evento dentro de suas proporções e pede uma continuidade em um futuro próximo.





  




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