sábado, 19 de agosto de 2017

Resenha do Odin's Krieger Fest 2017 em SP: A noite em que Vikings viraram Duendes

Fotos por Sergio Scarpelli

Saudações festeiros! Esse é meu segundo post aqui no Cena Medieval, então primeiramente, deixa eu me apresentar (coisa que devia ter feito no outro post, mas não consegui...).



Meu nome é Thiago, mas podem me chamar de TK. Fui um dos 6 "fundadores" do grupo Hednir (acredito que um dos primeiros de SP a tentar puxar a linha de reenactment) e acompanho o cenário de música folk/viking já tem mais ou menos uns 12 anos, sempre fui curioso e fui atrás de bandas desse estilo. Também sempre gostei de estudar sobre tudo da cultura européia, mais em específico sobre os celtas, os nórdicos e os eslavos. Trabalho como programador, mas sempre que posso estou desenhando ou lendo, e sempre estudando. Já apresentado, vamos à resenha:

No fim de semana retrasado (dia 23 de Julho) ocorreu a sétima edição do Odin's Krieger Fest e eu estive lá para conferir tudo que rolava no festival.

Antes de entrar nas bandas, vamos falar um pouco do ambiente e dos stands que estavam presentes.
O Tropical Butantã já se provou um lugar muito bom para o OKF, além dele ser próximo do metrô, internamente ele tem uma região superior oposta ao palco, onde seriam os camarotes mais distantes, que é transformada em uma área onde stands vendem suas mercadorias, indo desde comidas, passando por vestimentas, drinking horns, canecas e acessórios e chegando até a quadros (pintados durante o evento). Tem muita coisa interessante para quem quer adquirir coisas novas ou mesmo repor algo que já está gasto ou velho.

Como esta "feirinha" fica num local totalmente oposto ao palco, ela não atrapalha em nada os shows que rolam no outro canto da casa.

E agora, em relação às bandas:

A casa abriu com o show do Hagbard, banda mineira que já tocou no OKF antes, com um vocal gutural que lembrava muito o do Johan Hegg e um instrumental de death melódico, representando muito bem o viking/folk nacional. Os caras conseguiram, mesmo que com poucas pessoas dentro da casa ainda, animar o público com um ótimo show e já fizeram uma bela preparação do solo para as bandas que viriam a seguir. A setlist foi composta das músicas "Never Call The Sage To Drink In Your Home", "Cursed Dwarf", "Relic Of The Damned", "War For The Dawn", "Iron Fleet Commander", "Warriors Legacy", "March To Glory", "Deviant Heathen", "Shield Wall" e "Let Us Bring Something For Bards To Sing".


A segunda banda do dia foi a Confraria da Costa, show que estava difícil ver alguém parado. Assim como na última edição do Odin's Krieger Fest, os caras conseguiram animar o público com suas músicas sobre pilhagens e bebidas, com vestimentas puxadas para um estilo pirata, eles fazem o som misturando baixo, bateria e guitarra com instrumentos mais exóticos como flauta transversal, violino, banjo e até saxofone. A setlist deles, composta por "Hungarian Dance n 05", "Rússia Reversa", "À deriva", "És cadavérico", "Canto dos Piratas", "Cia. de Canalhas", "Motim" e "Preparar... Apontar... Fogo!", "Polka do Diabo", "Oh! Garrafa", "Coisas Piores Acontecem no Mar" e "Balada dos Mortos" animou bastante e fez a plateia acompanhar a cantoria com a voz e danças.


Logo depois do Confraria teve a apresentação da Ordo Draconis Belli, em um círculo que abriram no meio da pista começaram as batalhas de 1 contra 1.

Animando o público enquanto escudos eram destruídos e lascas voavam, o pessoal da Ordo conseguiu segurar a atenção dos espectadores e depois de todas as batalhas tiraram várias fotos com o pessoal que queria estar perto dos guerreiros.


Entrando no palco logo em seguida veio o som mais agressivo da noite com o Hugin Munin. O som marcado por riffs pesados e vocal gutural usou a noite de festa para lembrar os guerreiros presentes que batalhas também podem fazer todo mundo cantar, também anunciaram que estavam granvando 10 anos de banda, e para comemorar, teve batalha no palco com guerreiros da Ordo enquanto era gravado para o DVD e o show foi recheado de grandes rodas de bate cabeça e até a uma wall of death para fazer a platéia se sentir um pouco mais sanguinária. O setlist foi composto pelas músicas "What Lies Below", "All For Nothing", "Look Skyward And Despair", "Ashes Of My Enemy", "Hail Odin" e "Death Or Glory".


Trazendo duendes aos palcos, como penúltima banda da noite, e a maior chamadora de público do evento vieram os animados músicos da Tuatha de Danann. Aparentemente sendo a banda mais esperada da noite e sendo uma das mais antigas do cenário, grande parte do público se aglomerou na frente do palco para curtir os mineiros, e eles não decepcionaram, começaram o show com músicas do álbum novo: "We're Back" e "Rhymes against Humanity", mas depois dessas músicas, vieram as mais antigas para nostalgiar a galera: "Believe: It's true", "Battle Song", "Tan pinga ra tan" , "The Brave And The Herd", "Us", "Land Of Youth", e tudo que se via na pista eram danças e pulos acompanhando as músicas mais felizes, até fecharem o show com a "The last words" (uma das minhas favoritas), adicionando um clima realmente de fim de show à apresentação.


E finalmente chegou a hora da banda principal do evento, os holandeses do Rapalje.

~ Vou tentar ser meio imparcial, mas como já têm pelo menos 10 anos que eu tinha a remota esperança de um dia vê-los tocar no Brasil (foi uma das primeiras bandas que eu conheci que tocavam um folk mais tradicional, e quando eu comecei a ouví-los, a sensação é que eles nunca seriam trazidos ao Brasil), eu estava BEM empolgado pra esse show. ~


Com uma entrada bem diferente pelo fundo da pista, o gaitista (David Myles) subiu em uma caixa de equipamentos e foi empurrado em direção ao palco pelo meio da galera (algumas mãos tentando levantar seu kilt, diga-se de passagem) enquanto tocava sua gaita de fole e dava início à festa que ia se tornar aquele palco. Daí em diante rolou muita dança (no palco e na pista) enquanto acompanhavam a animação da banda com palmas e cantos.


Com coreografias combinadas e divertidas (e até um teatro na "Under the Scotsmans Kilt"), uma convidada para dança (na "Raggle Taggle Gypsy"), muita bebida e instrumentos tradicionais, como o Bodhran, além da gaita de fole, flautas, banjo, e uma caixa (o "baixo" dos caras era uma caixa com um cabo preso à ela e um cabo na ponta desse cabo, aquela ali que ele tá batendo o pé no gif aí em cima), os caras deram outro clima para o festival, uma pegada tradicional que até hoje foi vista poucas vezes aqui nas terras tupiniquins.


Uma presença de palco animal, uma alegria incomparável nas músicas e um relacionamento com o público espantoso (o David e o Maceal desceram do palco e fizeram trenzinho com o público! hahaha) fizeram desse show a famosa chave de ouro da noite, composto pelas músicas: "Glen Cloe", "Johnnie Cope", "Galway Girl", "Here’s To You", "Skye Boat Song", "Under The Scotsmans Kilt", "As I Roved Out", "Raggle Taggle Gypsy", "Caledonia", "Heart Of Steel (Manowar cover)", "Scotland’s Story", "Home Is Where My Friends Are", "Wat Zullen We Drinken", "The Drunken Sailor", "Loch Lomond" e "Flatlands", uma coisa que não se via eram pessoas paradas na pista e muitas palmas pra acompanhar o pique dos holandeses.


Eles definitivamente superaram minhas espectativas, não que eu esperasse pouco, por que eu já tinha uma remota ideia do quão incríveis eles eram ao vivo, mas eles são muito mais legais quando você vê mesmo. E ao fim do show, eles deram CDs para o público (um com umas 3 ou 4 músicas) e pediram pra pagarem o que acharam que valeu o show.


Taí um show que eu realmente adoraria ver novamente!

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