terça-feira, 14 de junho de 2016

Resenha do VIII Jantar Medieval do Taberna Folk: Uma noite de gelo e fogo

Fotos por Sergio Scarpelli

Se há algo que vai ficar marcado na memória de todos que estiveram no Jantar Medieval do Taberna Folk neste sábado (11/junho) é o frio que passamos, digno dos ventos gélidos do norte de Westeros. Mas ao mesmo tempo, a noite foi marcada pelo fogo da união de amigos bebendo, comendo, cantando e festejando juntos.


Pelo oitavo ano consecutivo, a festa aconteceu em Cosmópolis (SP), a cidade de origem do Taberna Folk. Este ano foram cerca de 1400 pessoas, incluindo convidados e expositores, fazendo do Jantar do Taberna o maior em tamanho dos eventos do meio medieval brasileiro.


Há um mês eu publiquei um artigo descrevendo as atrações e contando as minhas expectativas sobre  festa (veja aqui), e elas foram bem atendidas.


Como sempre, a festa atraiu não apenas os medievalistas de várias cidades de São Paulo, mas também caravanas de alguns outros estados. A galera dessas caravanas todo ano enfrenta horas e horas de estrada dentro de um ônibus apenas para passar essa noite em Cosmópolis, pois sabem que vale a pena.


Uma magia de tempo sempre acontece no Jantar, e o relógio parece girar mais rápido do que o normal. Antes que nos déssemos conta, a noite já havia acabado. Havia muitas atrações acontecendo simultaneamente e pouco tempo para ver e participar de tudo.


Entrando no evento, a primeira coisa que vemos é o grande espaço com a arena montada pelo grupo de recriacionismo escandinavo Hednir, onde eles realizaram gincanas e fizeram suas tradicionais apresentações de luta viking.


No mesmo espaço estava também o estande de arquearia, que foi mais uma vez administrado pelo grupo Uybassy, que teve a grande ideia de construir seteiras, para que os praticantes pudessem experimentar a perspectiva de alguém que atira de dentro dos muros de um castelo.


Este ano, todos os atiradores da fila que tiveram um bom desempenho foram convidados a participar de um concurso de arquearia. O critério era acertar o ponto "mortal" dos alvos (jargão de arqueiro). A vencedora foi uma competidora que se identificou como Josi Bombom, e o prêmio foi um "Kit Taberna Folk".



No palco menor, ocorreram logo no início do evento as apresentações do duo Clanna Iúr e de Raine Holtz, e o som característico das vielas de roda proporcionava a ambientação para os convidados que chegavam.


Pouco depois, no palco maior, Navar & Friends fez sua apresentação de música tradicional irlandesa.


Já o Jornada Ancestral tocou suas melodias antigas nas gaitas de fole perto da fogueira, no meio da galera (e posteriormente fizeram também uma participação na apresentação do Taberna).


Aliás, a fogueira, que geralmente funciona mais como um elemento cênico, este ano virou praticamente uma atração da festa. Um número muito maior de pessoas se aconchegou em volta do fogo para se proteger do frio, que estava cruel. Por um lado, boa parte do pessoal torce pra fazer frio (eu, inclusive), pois as indumentárias medievais mais bonitas e elegantes não combinam com calor tropical; por outro, o frio veio tão forte que quase ninguém estava preparado.


Outra atração sempre presente e popular no Jantar do Taberna é a competição de cerveja, exclusiva para convidados caracterizados e maiores de idade. As cinco modalidades e seus respectivos vencedores esse ano foram:

Modalidade 1: Chug 600ml (Categoria: Individual)
Participantes por competição: 5
Vencedor da primeira rodada: Adler Maximiano
Vencedor da segunda rodada: Ettori

Modalidade 2: Wooden Pints (Categoria: Individual)
Participantes por competição: 2
Vencedor da primeira rodada: Ettori
Vencedor da segunda rodada: André
Vencedor da terceira rodada: Denison (o cara vestido de Alquimista)

Modalidade 3: Das Boot (Categoria: Dupla)
Participantes por competição: 6 (3 equipes)
Dupla vencedora: Teta (Richard Donizete) e Soket

Modalidade 4: Monster Chug (Categoria: Trio)
Participantes por competição: 9 (3 equipes)
Equipe vencedora: Os gordo (Adler Maximiano, Wellington e Richard Donizete)

Modalidade 5: Line Chug do Bode Caolho
Categoria: Trio
Participantes por competição: 9 (3 equipes)
Equipe vencedora: Equipe do Teta (Richard Donizete, Adler Maximiano e Gil de Poços de Caldas)

Os prêmios para os vencedores de cada modalidade foram brindes sortidos fornecidos pelos expositores do evento.

Observação: Os nomes foram registrados para as competições dessa forma. Caso algum dos vencedores esteja lendo este artigo e queria que o seu nome verdadeiro/completo conste no artigo, deixe um comentário aqui ou mande e-mail para cenamedieval@gmail.com!


A comida do Jantar estava como sempre: farta e de boa qualidade. No início do evento, a fome e a pressa da galera que vai chegando sempre faz com que se formem algumas filas, mas quem esperasse um pouco mais poderia encher seu prato praticamente sem pegar fila.

A mesma observação das filas vale para as bebidas, mas com um adicional: o frio extremo fez com que boa parte das pessoas trocasse a cerveja pelo vinho, e essa mudança de demanda fez com que o vinho acabasse na metade da festa. Algo que o Taberna não tinha como prever, mas que deve ser levado em conta nas próximas edições.


As dançarinas do Nomadic Tribal (grupo de Estilo Tribal Americano) foram provavelmente as pessoas que enfrentaram o frio da noite com mais coragem, e fizeram uma bela apresentação com suas coreografias de influência multicultural.


Pouco antes da apresentação do Taberna, o Draumur ocupou o espaço à frente do palco.


Após a apresentação de algumas danças históricas e adaptações, o grupo como sempre ensinou uma coreografia ao público, que este ano foi Strip the Willow, uma dança tradicional escocesa que existe no mínimo desde a metade do século XVII. Nessa divertida dança camponesa, os homens ficam de frente para as mulheres formando duas longas fileiras, e os casais vão alternadamente girando no meio do corredor que se forma (parece simples, mas na prática vira uma animada confusão, ainda mais considerando o estado de embriaguez dos convidados a essa altura).


E o Taberna Folk, que está acostumado a fechar a noite em diversos eventos do meio, encerrou sua própria festa, como sempre de forma magistral e grande interação do público. A última canção novamente foi The Bard’s Song, clássico cover do Blind Guardian, com um coro de vozes felizes e embriagadas.


Minha única crítica de fato fica para os banheiros do evento, que eram poucos pra essa grande quantidade de pessoas. Com o aumento a cada ano do número de convidados, a infraestrutura do local vai ficando um pouco defasada. Este ano foram colocados banheiros químicos que até funcionam para o público masculino, mas são muito desconfortáveis (e depois de algumas horas inutilizáveis) para nossas ladies.

Mas enfim, foi uma noite excelente, e o pessoal do Taberna está mais uma vez de parabéns. Conversamos com muitos convidados durante a festa, alguns de primeira viagem, outros que já participam há várias edições, e a opinião geral é de este é o melhor evento do ano na cena medieval brasileira. Não é à toa que todo ano a busca pelos ingressos excede a oferta e a venda se encerra em questão de horas.






E você, o que achou do evento? Deixe sua impressão aqui nos comentários!

E ano que vem, nos vemos por lá de novo!

*Todas as fotos deste artigo são de Sérgio Scarpelli, fotógrafo oficial do Jantar Medieval do Taberna Folk.

Veja também aqui no Cena Medieval:


VIII Jantar Medieval do Taberna Folk, um artigo com as nossas expectativas sobre o Jantar deste ano;


VII Jantar Medieval do Taberna Folk: Fotos por Sergio Scarpelli, uma seleção preparada a partir das fotos oficiais do evento;

Taberna Folk, nosso artigo contando a trajetória da banda.

11 comentários:

  1. Olá. Faltou meu nome aí como vencedor da terceira etapa da competição individual. Era era o cara vestido de Alquimista.
    Meu nome é Denison.

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    1. Olá, Denison!
      A organização nos avisou mesmo que aconteceu uma terceira etapa, mas por lapso o nome do vencedor não havia sido registrado. Obrigado por nos avisar, já incluímos seu nome.
      E parabéns pela vitória! _\../

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  2. Sem comentários, vc já disse tudo. Essa edição mostrou que mesmo com o frio que estava não foi maior que o nosso calor humano. O jantar do Taberna é incrível, respeitável e familiar. Tudo da melhor qualidade, expositores super selecionados, equipe de trabalho eficiente e atrações calorosas. Que venha o próximo, já contando os dias.

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  3. Sem comentários, vc já disse tudo. Essa edição mostrou que mesmo com o frio que estava não foi maior que o nosso calor humano. O jantar do Taberna é incrível, respeitável e familiar. Tudo da melhor qualidade, expositores super selecionados, equipe de trabalho eficiente e atrações calorosas. Que venha o próximo, já contando os dias.

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  4. Foi simplesmente sensacional! Adorei tudo!

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  5. Muito bem, grande resenha!
    Não restam dúvidas, este é o maior evento medieval do continente sul americano. E com certeza é o melhor evento do país até o momento, algo que sempre supera expectativas e só melhora a cada ano.
    Menções honrosas ao Scarpelli pelas excelentes fotos e ao editor do blog, Rafael. Meus parabéns!

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  6. Adoramos tudo do início ao fim, o jantar é a maior alegria em nossas vidas. É uma espera e uma expectativa tão grande. A cada ano é um sonho realizado fazer parte desta festa tão linda e com um povo tão agradável.

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  7. Parabéns belas imagens. Dignas do que realmente foi o jantar e as palavras não poderia ser ditas melhores...continua com o excelente trabalho...meu bom amigo lord

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  8. Parabéns belas imagens. Dignas do que realmente foi o jantar e as palavras não poderia ser ditas melhores...continua com o excelente trabalho...meu bom amigo lord

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  9. Achei o evento incrível, nenhuma crítica a ser feita!

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  10. meu 2°ano participando do evento, e estava sensacional, apesar do frio, festa maravilhosa, comida deliciosa, parabéns a todos os envolvidos!

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