sábado, 17 de junho de 2017

Resenha do IX Jantar Medieval Taberna Folk: a fórmula continua funcionando!

Fotos por Sergio Scarpelli

Salve, medievalistas!

Há uma semana, na noite de sábado de 10 de junho, aconteceu a nona edição do já tradicional Jantar Medieval do Taberna Folk, em Cosmópolis/SP.


Mais uma vez, os taberneiros mostraram que sabem como fazer uma grande festa, pra ficar na memória de todos os presentes, seguindo uma fórmula de evento que a cada ano se refina e aprimora.

Até a lua colaborou este ano, aparecendo bonita e cheia num céu limpo. O frio não foi tão intenso quanto no ano passado (quem esteve no Jantar de 2016 certamente sabe do que estou falando), mas ainda assim fustigou e permitiu que todos tirassem do armário as capas e peles mais pesadas e elegantes.


O local foi o mesmo das duas últimas edições, e a disposição das coisas também continuou mais ou menos a mesma. Passando pela entrada, logo encontrávamos as arenas de luta e arquearia; descendo mais um pouco, o palco principal e uma grande área de mesas; e lá no plano mais baixo, a fogueira e a feira, que parece estar cada ano maior.


Quase todos os comentários que fiz em minhas resenhas das últimas edições se aplicam também à edição desse ano (veja aqui as resenhas de 2015 e 2016). Apesar do nome do evento ser "Jantar Medieval", é quase desnecessário mencionar que a comida estava ótima e farta, como sempre.





A feira medieval do evento
A lista de atrações foi muito parecida com a de anos anteriores, incluindo pontos sempre memoráveis como as apresentações de luta do Hednir, as gaitas itinerantes do Jornada Ancestral e as belas coreografias do Draumur, entre tantas outras, mas penso que não vale a pena descrever cada uma delas, sob risco de soar repetitivo.

Turma do Gavião: uma das atrações que esteve pela primeira vez este ano no Jantar


Na verdade nem seria possível falar de tudo, a não ser que eu escrevesse um texto gigante (coisa que estou tentando evitar, haha), pois no Jantar do Taberna sempre há trocentas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e a sensação que fica é a de que não conseguimos ver tudo. Na resenha do ano passado tentei descrever as principais atrações, mas não farei isso esse ano.

Bando Celta: outra atração que debutou no Jantar este ano
Em vez disso, prefiro fazer dessa vez um texto mais pessoal e tecer comentários sobre a organização, que está num ponto ótimo. Obviamente os taberneiros adquiriram experiência ao longo dos anos, e desenvolveram um know-how sobre como fazer um evento redondo para seu público cativo. Talvez vocês leitores tenham visto que no começo deste ano me atrevi a eleger os melhores eventos do meio medieval em algumas categorias, incluindo "Melhor Organização", e nesta o Jantar do Taberna de 2016 foi eleito (se você não viu, veja aqui o post sobre Os Melhores Eventos Medievais de 2016). Pretendo fazer a mesma coisa em relação a 2017 e, a não ser que surja alguma grande surpresa ou revelação até o final do ano, o Jantar do Taberna levará novamente esse título.

Uybassy Arquearia, sempre presente
Como mencionei na minha resenha do Jantar da Ordo deste ano (veja aqui), há um modelo de evento que se popularizou em São Paulo, e o Jantar do Taberna é o principal responsável pela popularização desse modelo. A fórmula pra eles dá tão certo vem se repetindo (e sempre se aprimorando) já há algum tempo, tanto que a Ordo (que este ano fez seu terceiro evento) fez algo parecido, e que também está dando bastante certo.


Segundo o Taberna, neste ano houve cerca de 1500 pessoas, entre expositores e convidados, o que é um numero bem grande de pessoas pra atender e administrar, especialmente no que diz respeito à oferta de comida e bebida. Entrementes, esse ano decidi seguir uma estratégia diferente, que recomendo a todos: não se afobem pra comer. Procurei não chegar no evento esfomeado, e quando cheguei me apressei apenas em encher meu horn e fui passear, aproveitando as atrações. Um tempo depois, quando decidi comer, as filas (que já não são tantas, pois a organização faz uma logística bem bacana), haviam se dissipado e eu não enfrentei praticamente nenhuma pra pegar comida.

Alguns membros do Hednir


Ponto importante a ser comentado: valor do ingresso. Esse ano foi de 150,00 (lote único), incluindo como sempre open food e open bar. Quem vai ao evento tem de se preocupar também com o custo pra chegar lá. Uma boa parte parte do público embarca em uma das caravanas que saem de diversas cidades, como eu, que entrei na caravana de São Paulo, ao custo de 50,00 (ida e volta), com o bônus do conforto de não precisar dirigir na volta. Pra quem vai de carro tem o custo da gasolina, mas o estacionamento é de graça. Ou seja, um gasto aí de uns duzentos reais, fora o que você decidir comprar na feira do evento.

O grupo de Curitiba Jornada Ancestral
Faz tempo que quero fazer um artigo apenas sobre os valores de ingresso dos eventos do meio medieval, mas enquanto não faço, teço meus comentários por aqui mesmo. Há quem considere o valor do ingresso caro, e realmente é, se você estiver usando como comparativo a mensalidade da sua assinatura no Netflix, mas e se você considerar que é uma noite inteira com diversas atrações e comida e bebida à vontade inclusas?

Ferreiro Vinicius Arruda
Draumur em apresentação...
...e Draumur colocando o público pra dançar
Voltando aos ventos gelados da noite, nada melhor para enfrentá-los do que um vinho tinho. Quem leu minha resenha do ano passado talvez se lembre que mencionei que o vinho acabou no meio da festa, pois as baixas temperaturas haviam feito com que uma boa parte das pessoas dispensasse a cerveja, e que embora a organização não tivesse culpa, era algo que deveria ser levado em conta nas próximas edições. E certamente foi! Pois este ano, embora o frio tenha sido intenso, o vinho não parou de fluir a noite inteira (apenas dos meus esforços para acabar com ele, hahaha).

Sério: este que vos fala ficou agradavelmente ébrio. Sabem o dragão que estava lá pra galera tirar foto? Eu tentei montar e caí. Ou os deuses estavam me avisando que eu não era digno, ou que era hora de parar de beber – assumi que fosse a segunda opção.

Já esse cara aqui mandou muito bem, tá quase a Daenerys
Enfim, a fórmula continua funcionando, sem grandes novidades mas com muito refinamento. E um último elemento que contribui para esse funcionamento é o público cativo do Jantar. Quem frequenta o evento há um tempo percebe que a galera é mais ou menos a mesma. De repente você reconhece vários rostos conhecidos apenas no face, como um álbum de figurinhas medieval que ganha vida naquela noite, e assim como não dá pra ver todas as atrações, não dá pra conversar com todo mundo, mas é muito bacana um espaço em que toda essa galera possa se reunir.

Algumas imagens de convidados especialmente bem caracterizados:









Ano que vem o Jantar do Taberna estará em nada menos do que sua décima edição, e por isso provavelmente será um marco. Esperamos estar lá mais uma vez registrando e voltar com comentários ainda melhores.




Nos vemos na próxima!

*Todas as fotos deste artigo são de Sérgio Scarpelli, fotógrafo oficial do Jantar Medieval Taberna Folk.


Veja também aqui no Cena Medieval:





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